Episódio # 6 Responsabilidade ou culpa ?

Dec 01, 2025 |
Twitter

Assumir a responsabilidade pela nossa vida

Vivemos num mundo onde é quase automático culpar: culpar o governo, o chefe, o colega, o trânsito, o mercado, a economia, o algoritmo e até o clima. Sempre que algo corre mal, temos uma lista pronta de motivos para justificar o que sentimos e os resultados que temos.

Mas há uma pergunta que quase nunca fazemos: onde ficamos no meio disto tudo?

Este artigo é um convite para refletires sobre responsabilidade pessoal, o impacto dos nossos hábitos e a forma como cada escolha cria um efeito na nossa vida.

Se queres entender porque é que continuas a sentir o que sentes, a fazer o que fazes e a obter os resultados que tens… continua a ler.

Porque é tão fácil culpar os outros?

Culpar é cómodo, dá uma sensação de alívio momentâneo, evita olharmos para dentro e, acima de tudo, protege-nos de enfrentar admitir que temos poder na situação.

Quando dizemos, “A culpa é do governo”, “A culpa é do trabalho”, “A culpa é daquela pessoa”,“A culpa é da vida que eu tenho”…

    … estamos simplesmente a entregar controlo.Quando entregamos o controlo, entregamos também a possibilidade de mudança.

    A culpa pode até aliviar mas uma coisa é certa, não contribui para mudar, para transformar.

    Responsabilidade pessoal não é culpa, é poder

    No crescimento pessoal há uma premissa base, que é, responsabilidade não é culpa, é escolha, é poder.

    Não precisamos de controlar tudo para termos responsabilidade, só precisamos de reconhecer que há sempre uma parte que é nossa.

    Podemos não conseguir controlar o mundo (que não controlamos) mas controlamos as nossas reações, as escolhas diárias, os limites que colocamos, os hábitos que repetimos, os projetos que adiamos ou a forma como respondemos às emoções.

      É aí que reside a liberdade.

      Quando a consequência chega, não é surpresa, é causa e efeito

      Este é talvez o ponto mais direto (e mais difícil) de aceitar: a vida funciona como física, cada ação tem uma consequência.

      Se consumimos açúcar todos os dias, a conta vai chegar, não é azar, não é castigo, é consequência.

      E isto aplica-se a absolutamente tudo:

      - se passas horas no telemóvel, o teu projeto continua na gaveta provavelmente;

      - se adias conversas difíceis, as relações complicam-se;

      - se estudas consistentemente, os resultados aparecem;

      - se repetes um hábito saudável, colhes um resultado positivo.

      Não é moral, não é julgamento, é simplesmente causa e efeito.

      O que fazemos hoje tem consequências amanhã.

      “Mas e os outros? E o mundo?”

      Sim, há situações injustas, existem fatores externos, claro que o mundo nos influencia mas há uma parte que está nas nossas mãos.

      Responsabilidade pessoal não significa levar tudo às costas, significa dizer: “Isto é o que eu posso fazer. Isto é o que depende de mim.”

      E quando focamos no que depende de nós, em vez do que depende dos outros, ganhamos direção.

      Como começar a assumir responsabilidade na prática

      Se queres começar hoje aqui tens três passos simples

      1. Observa sem julgar

      Quando algo corre mal, antes de culpar, pergunta - que parte disto dependeu de mim?

      2. Observa os teus hábitos

      Cada hábito tem uma direção, uns aproximam-te do que queres, outros afastam-te.

      3. Faz microescolhas conscientes

      Pequenas escolhas repetidas valem mais do que grandes decisões esporádicas.

      Assumir responsabilidade é liberdade

      Quando percebes que as tuas ações criam os teus resultados, percebes também que tens o poder de os mudar.